A FAMA E A VERDADE DE JOSÉ BONFIM

Você tem em mãos a mais cristalina verdade. Estou certo de que depois de ler estes meus depoimentos, depois de caminhar comigo pelos meandros de minha vida atribulada, você será mais complacente para com o juízo que forças maiores incutiram em sua mente.

Tais forças me usaram, prostraram-me num inferno em vida, transformaram-me num monstro perante a opinião pública. Somente hoje percebo o quanto fui usado!

Espero, com a ajuda de Deus, ter força e coragem, não só para pagar pelos meus tantos erros, mas também para sensibilizar aqueles que me perseguem e caluniam por crimes que não cometi. Imperatriz, 16 de julho de 1999. José Bonfim.

Neste livro, José Bonfim, hoje com uma visão totalmente diferente do mundo e das pessoas, narra grande parte dos acontecimentos mais importantes, drásticos e polêmicos de sua vida. Lugar em que nasceu, como começou sua fama, as mentiras de que foi alvo, as perseguições, os tiroteios, as mortes e as injustiças que ainda vem sofrendo por causa da imagem que lhe criaram de ser um homem violento – tido como o pistoleiro mais temido do País – ainda constituem visitas inoportunas em suas noites de insônia.

Pela triste fama, hoje ele amarga inimigos e padece a solidão de uma cela. Todos os seus “amigos” desapareceram, desde o momento em que se viu condenado a 16 anos de reclusão.
Ouvi-o em diversas entrevistas, li muitas páginas de seus desabafos. Senti-o um homem convertido que já não se importa, senão, com a justiça divina.
O autor

PRÉVIA EXPLICAÇÃO

Este livro foi escrito em 45 dias (junho/julho de 1999). Havia pressa do senhor José Bonfim para que ele fosse lançado em agosto. Trabalhei diuturnamente e tive a indispensável ajuda crítica do jornalista e escritor Edmilson Sanches e do filósofo, teólogo e escritor Vito Milesi, ambos da Academia Imperatrizense de Letras.
Minha pressa, obrigou-os a muitas observações e ao desabafo final do amigo Sanches:
“Livaldo:
“Esta é uma das fases da revisão acribológica. Cada vez que se lê, vai-se percebendo um esquecimento aqui, um deslize ali, um senão de estilo, de precisão de linguagem, de coerência textual formal e ideológica.
Já se disse que livro não se termina – se abandona. Como um filho, fazemos o possível para ‘consertá-lo’ e vê-lo 100% perfeito, mas chega a hora em que eles – filho e livro – têm de (pros)seguir seu próprio destino.
“A necessidade (de publicar um livro) será sempre superior à qualidade (perfeição formal e conteudística).
“Alea jacta est”. ‘Imprimatur’ (imprima-se)”.

Também não seria justo esquecer os amigos Ray e N. Boy, que passaram uma tarde inteira aqui comigo, desenhando gravuras para ilustrar alguns capítulos de que não dispunha de fotografias.
O trabalho deles ajuda a transmitir, e muito, a tensão de alguns dos momentos mais críticos e difíceis vividos por José Bonfim.

E, finalmente, a participação do “expert em Photoshop” Francisco Lima (Chiquinho) auxiliando-me na montagem da capa e contracapa.

REVOLVENDO AS ORIGENS

Não ouvi, mas os sinos da velha Igreja deviam estar anunciando a Santa Missa quando minha mãe me trouxe ao mundo. Eram sete horas do dia 10 de abril de 1947 e, se os tempos não mudaram, ainda hoje, nesse horário, no Bairro do Anil, em São Luís, a missa é celebrada. Minha santa mãe devia estar com o rosário entrelaçado nos dedos, porque era muito religiosa e, com certeza, deve ter agradecido aos céus pela bênção de mais um filho.

Aos dois meses de vida, encontraram-me no berço, com o braço esquerdo quebrado. Nunca se soube ao certo o que ocasionara aquela lesão. Possivelmente, alguma outra criança tenha tentado me tomar no colo e, sem traquejo, ocasionou a fratura.

Desesperada, ao encontrar-me naquele estado, minha mãe ajoelhou-se ao pé-da-cama e fez uma promessa de que, se eu sarasse sem sequelas, seria levado à igreja de São José de Ribamar para ser batizado. Eu sarei rapidamente e minha mãe cumpriu a promessa, ponde-me o nome do Santo: José de Ribamar.

Hoje, aqui jogado numa cela imunda, às vezes tenho a tentação de imaginar a distração de Deus para com aquelas orações mescladas com as lágrimas de dor de um parto difícil. Sim, porque, talvez ela, hoje, ao lado de Deus, também não esteja conseguindo ficar isenta dos embustes do mundo que acabou semeando a mentira de ser eu um ladrão, um traficante… o pistoleiro mais atrevido e desalmado do País.

Aqui, num cubículo pequeno e frio, amargo dias de solidão, dias que se tornam eternos ante o abandono “daqueles tantos amigos” que me usaram desalmadamente para conseguir seus objetivos de ganância e poder.
Apenas um amigo, exatamente aquele que nunca eu quis escutar, exatamente aquele que persegui por meio da desobediência ferrenha a seus ensinamentos, agora me faz companhia: Jesus Cristo.

Talvez Ele, sabendo de minha índole intempestiva, tenha alongado meus dias até hoje, de milagre em milagre, como forma de conceder-me a última chance de confessar, a Ele e ao mundo, todas as minhas fraquezas.

E é a esta chance, possivelmente última, que me agarro com toda gana e fé, para contar a verdadeira história de minha vida. Não espero que a justiça humana acredite em minhas palavras, mesmo porque ela é interesseira e incapaz de entender os motivos que levam os homens a cometer desatinos. Espero apenas que Deus o faça.

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