A PROCURA

Este livro nasceu, tanto pelo entusiasmo da primeira experiência, como pela necessidade de desabafar, já que não conseguia respostas para as tantas injustiças que via acontecerem no mundo sob a “indiferença de um Deus” que tudo podia mudar. Era o início de uma angustiante crise existencial que só iria amainar muitos anos mais tarde.

AO DEUS DO UNIVERSO

Página 9

Por que, Senhor, tem sabedoria tão grande, de tão imensa, imperceptível ao meu entendimento? Não consigo compreender as desigualdades, justas e injustas, que imperam no mundo.

Por que, Senhor, tem que haver o pobre que morre de fome, a mente fraca, a ganância insaciável, os poderosos empedernidos, as nações escravocratas?

Sentir-se-á fortificado com as desigualdades, com o delírio dos crimes, com o sofrimento dos fracos e subjugados?

Por que tanta miséria neste mundo que criou? Aonde andava sua onisciência, meu Senhor, quando engendrou a luta pela salvação? Será preciso que uma velhinha esfarrapada, esmaecida pela fome, arraste do chão imundo o açúcar derramado e enlameie a boca faminta, para que meu coração tenha a oportunidade de comover-se? Será preciso que crianças inocentes tombem de fome e sede, para que o mundo acorde do extremo egoísmo em que está mergulhando? Por que tanta fome, tanta miséria?

Que faz de seu poder que não o usa para que haja menos tristezas neste mundo, dantes tão bonito? Não sei mesmo se posso mais sorrir diante de tantos desequilíbrios! Não sei mesmo se tenho mais o direito de ser feliz! Será sua doutrina, a vivência da preocupação, da dor, dos infortúnios…?

Meu Deus, estou perdido diante de seus desígnios e de suas determinações! Não posso fechar os olhos sem ser responsabilizado pelo excesso de pão que está na despensa; não posso mais usufruir de qualquer conforto, sem que a consciência me acuse e martirize. Na televisão, nos jornais, nas estações de rádios, no dia a dia, quase só se fala de injustiças, de crimes, de desemprego, de roubo, de assaltos, de escândalos, de pornografias…. É a miséria, pelo seu volume, atraindo mais desajustes para nosso mundo.

Bem sei que o espírito não possui a sensibilidade, nem se importa tanto com a vida passageira, mas não se esqueça que nos fez de carne.

Como deixou ficar esta casa que desenhou com tanto esmero! Por que permitiu ao homem descobrir tantos meios de se subjugar? Se sabia que aqui iríamos chegar, por que permitiu? Por que preferiu assim e não a união natural? Que diferença faz, subtrair do homem o egoísmo e no lugar inserir a compreensão e a solidariedade?

Será, pergunto-me ignorante, que precisa do sofrimento para que sua glória se fortaleça e sobreviva? Por que tanto descaso com a morte se ela tolhe do ser a chance de recuperação? Por que permite que nasçam os aleijados, os dementes, os assassinos? …. Por que permite que a maldade prolifere em cada canteiro e em cada dia deste nosso universo?

Por que, meu Deus, não ordena que nos respeitemos reciprocamente, que dividamos esta terra imensa, que respeitemos os animais e toda espécie de vida? Se quiser, a partir de agora, todas essas dores e angústias desaparecerão de mim, do meu próximo, do meu País, do meu mundo. O Senhor pode, não pode? Por que não ordena que seja assim? Haverá alguma coisa debaixo deste céu, um contrato transcendental que o impeça de transformar este mundo?

Não lhe peço perdão, porque está vendo em mim a sinceridade desta perplexidade, mas lhe peço desculpas, para que o mundo não duvide nunca que lhe adoro e reconheço sobre todas as coisas. Sei (e como sei) que somente o Senhor poderá incutir nos espíritos, a obediência às normas que trariam de volta a felicidade e o equilíbrio a tudo isso.

O Senhor pode, mas não o faz. Porque, meu Deus? Já não basta? Se não se importa pelo egoísta que se perde, importe-se, ao menos, com a criança inocente que morre de sede, com a velhinha que recolhe com as unhas, o açúcar da terra imunda, com a adolescente que revira os lixeiros dos supermercados, com as pessoas que comem restos estragados, com o aleijado que se arrasta, com o paralítico que vegeta, com os dementes, com os cancerosos, com os inumeráveis enfim, que passam por esta terra apenas para ser a oportunidade de salvação dos dominantes.

O Senhor é a solução: minha única esperança. Desça sobre esta terra, sem cruz, sem sangue, apenas com o seu poder incrível de mágico dos mágicos. Tenha compaixão dos injustiçados, meu Deus! Por favor, tenha pena deles. Estamos infelizes, enfraquecidos, enceguecidos, desnorteados, perplexos. Se for possível, tenha pena de nós. Mas se assim tiver de ser, se assim é ser justo e bom, se criou os homens para essas coisas que estão acontecendo, faça pelo menos, que eu entenda o porquê de tudo isso.

Por acaso, foi uma falha de sua criação deixar que o homem surgisse? Será o meu Deus suscetível de erros? O Senhor é meu herói e aprendi que nem um átomo vagueia sem que saiba de seu destino. Aprendi que sabia o que estava fazendo, que sabia do hoje e que não desconhece o amanhã.

Por que, mil vezes por que, não fez tudo isso diferente? Por que tinha que criar a maldade ou deixar que minasse sua criação? Que diferença faria, para o Senhor, se as nações vivessem em paz, se os homens respeitassem a Natureza e a si próprios, se…

Se for possível, responda-me, Senhor, porque estou faminto de justiça, em cima de um caiaque, perdido num oceano de insegurança, gritando por socorro.

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