MARILÂNDIA – VALE DE SONHOS E LÁGRIMAS

Apresentação:

No dia 11 de agosto de 2015, estive em São Paulo – SP para a quarta cirurgia no olho esquerdo. Fiquei hospedado no apartamento do Dr. Bogdan Czaplinski Martins Barros, que lá mora, temporariamente, como residente em Oftalmologia. Se tentasse, não teria palavras adequadas para externar minha gratidão por tudo quanto ele fez por mim, deixando seus plantões para levar-me cidade de São Paulo adentro, em busca de exames, hospitais e locais inerentes. Enxergando mal e sem desenvoltura para locomover-me pelos meandros de uma das maiores cidades do mundo, confesso, se me soltassem lá, a cidade receberia mais um morador de rua.

Entre exames e cirurgias, tive de ficar lá 30 dias. Em seu apartamento, ele possuía uma gama invejável de aparelhos eletrônicos. Entre seus computadores, escolheu um e deixou-me à vontade. Com 12 horas por dia sem ter o que fazer, lembrei da promessa feita aos meus conterrâneos: escrever um livro sobre Marilândia. A visão não ajudava, mas oportunidade melhor eu não teria.

Durante três dias fiquei imaginando uma história, sintetizando capítulos, criando personagens, ajustando datas, enfim, preparando-me para a largada. Com a sinopse pronta, iniciei o primeiro capítulo.

Decidi: a história não seria verdadeira, mas bem podia ter laivos de verdade. Afinal, lá nasci, cresci e vivi grande parte de minha vida. Certas descrições, portanto, ninguém as faria melhor, porque marcaram uma criança que imaginava e levava a vida como um animal que, com sede, busca a fonte; com fome, a comida; com sono, um lugar para dormir…

Dei, à maior parte dos personagens da história, nomes dos habitantes do lugar. Muitos já se foram deste mundo; outros dispersaram-se em busca de vida melhor, deixando filhos e netos para trás.

A história começa com a chegada de uma família de italianos, cujo genitor professava a ideia fixa de seu pai, de que um homem trabalhador, nascido na pobreza, só tinha um caminho para, honestamente, proporcionar vida melhor e mais digna à sua prole: embrenhar-se nas matas e ali viver até o fim de sua vida, aguardando a chegada do desenvolvimento e da valorização. Ser italiano, chamar-se Antônio e ser casado com Maria, foi minha homenagem aos meus pais. Como a maioria das mães, também a minha foi incomparável. A ela dei dois filhos, porque minha história não precisava de mais.

Nego, uma criança loira de cabelos encaracolados, filho do único meeiro de Antônio, nascido no mesmo ano que Estobe – o filho macho de Maria – foi, deste amigo inseparável. Não pensavam da mesma forma: Estobe gostava de ler livros, de aprender. Ele não suportava. Ao ser pressionado pelo padre Guilherme para ir para o seminário, Estobe exigiu que o sacerdote convencesse, também, o seu amigo Nego: condição sine qua non para que ele concordasse com a ideia do sacerdote. O padre não convenceu Nego, mas a amizade que nutria por Estobe, sim.

Padre Guilherme, alemão, alimentava a ideia fixa de enviar crianças para os seminários. Parecia não ter outra missão nesta vida senão aumentar os operários para a messe do Senhor. Para tanto, ele não hesitava – se necessário fosse – trapacear.

Biriba, o vira-latas cotó – estou certo – para muitos, roubará a cena dos personagens humanos. O cão sem pedigree, sem adestrador, mas que conseguia entender até o pensamento de seus donos, desempenhava todas as funções que lhe eram confiadas. Sua sabedoria era tanta que mereceu, ao morrer, um túmulo digno de um bom humano.

O romance mostra, também, a rapidez com que uma floresta, até então intocada, sob a sanha do machado de poucos, transforma-se em lavouras e pastagens. Também não foi esquecida – mesmo nesse tempo remoto – a luta incansável de alguns em desbravar os ambientes naturais.

Na realidade, o romance intitulado “Marilândia: vale de sonhos e lágrimas”, de fato mostra, mesmo na ficção, a realidade das vicissitudes de cada vida humana. Todos nós passamos, ao longo da existência, por momentos de muita alegria, de felicidade, de surpresas… e de sofrimentos.

Enfim, aí está o cumprimento de minha promessa, a demonstração de reconhecimento ao meu torrão natal. Nele passei os melhores momentos de minha existência, porque não há tempo que apague os momentos felizes de uma criança. São dessa época os sonhos mais doces e memoráveis.

A chegada de Helberti representa a primeira leva de professoras enviada pela Secretaria de Educação aos rincões norte do Estado do Espírito Santo. Moça prendada, pele aveludada, mãos de seda, modo singelo de se expressar… Nem precisava de tanto para aprisionar o coração de Estobe. Entre as narrações sobre as grandes paixões da humanidade, talvez Shakespeare não tenha sido o único em seu arquétipo do amor juvenil, ao narrar a paixão arrebatadora entre Romeu e Julieta.

Helberti foi assassinada, juntamente com seu maior amigo, Nego. Estobe entrou em depressão: a vida não tinha mais, para ele, qualquer motivação. Seu desinteresse por tudo e por todos afetou Maria, sua mãe. Até então, ela ainda acreditava que seu marido estava certo e que dias melhores viriam. E quando tudo parecia perdido…

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