O MAIOR MENTIROSO DO MUNDO

Contos escolhidos e editados pela Fundação Cultural de Imperatriz para serem distribuídos nas escolas por meio do Projeto Arte e Cidadania.

APRESENTAÇÃO
Ainda menino, vivendo na roça com meus pais e mal sabendo assinar meu nome, eu sonhava ser escritor. O dia em que me escapuliu tamanha pretensão numa roda de amiguinhos, fui motivo de risos e troças.

Lembro que tomava um livro nas mãos e, se nele constasse a foto do autor, ficava admirando-a, como se ali estivesse a imagem de um ser de outro mundo.

Um pouco mais e minha querida professora Zilda Maziolli ensinou-me a ler e a escrever fluentemente. Ela viveu A vontade de escrever aumentou: inventava títulos e ia desenvolvendo histórias criadas por minha imaginação. Tenho ainda muitos cadernos assim aqui comigo. Deleitava-me fingir ser escritor! E, diga-se de passagem, ainda continuo fingindo e me deleitando.

Uma de minhas cartinhas de gratidão:

Imperatriz, 22 de março de 2016.

Querida e inesquecível professora, Zilda Maziolli

Não sei como andam seus olhos, se ainda conseguem enxergar as letras… Bem, eu, seu aluno, estou com 76 anos, portanto, não é tarefa difícil concluir que o tempo também tenha passado para a senhora.

Também não tenho passado bons momentos. Como a vida é um eterno rodízio, sinto que há uma fila enorme me empurrando para a ponta. Sinto, enfim, que o tempo está chegando, mesmo porque, em minhas retrospectivas, já não encontro meus companheiros de caçadas, de futebol…

Bem, assim é a vida, cheia de valor para nós que a detemos, e simplesmente nada para a Natureza que a refaz em cada nascimento que acontece..

Meus olhos já se ressentem, pedras nos rins hospitalizaram-me e, para que tudo fechasse com chave de ouro, estou convalescente de uma dengue terrível. Bem, por essas três provas, consegui passar, mas espero que não me submetam a outras, pelo menos por uns dois anos.

Minha santa, nem imagina como lembro da senhora, da escolinha, do dia em que debruçou sobre meus ombros e sussurrou: são 17 e não 27.

Eu sempre senti que a senhora gostava de mim e esta impressão perdura até os dias de hoje. Juro, porém, que não a deixo no prejuízo, porque amo a senhora acima de todas as mulheres vivas que conheço.

Hoje, aqui nesta cidade com 300 mil habitantes, sou alguém. Com certeza, esforço-me por merecer e não há um só princípio que eu não tenho herdado da senhora. E é também por isso que lhe serei eternamente grato. Se hoje me esforço para ser responsável, diligente, cumpridor de meus deveres, tudo isso vem de longe, de muito longe, lá da Escola Ananias Neto, onde seguia a batuta de uma santa chamada Zilda.

Quero, minha querida professora, que jamais recoste a cabeça para dormir, sem lembrar que aqui bem longe, há um velho que jamais irá esquecer que, quando criança, conheceu uma santa de nome Zilda. Se a senhora for primeiro que eu, por favor, lá do céu, continue lembrando deste seu eterno aluno. Livaldo Fregona.

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PIX 69026122268 – Kizy Fregona Nogueira

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